Influências sociais e políticas
Como coincide com uma época de grandes modificações
sociais, políticas e económicas, assume forte carga ideológica, sustentada pelo
surgimento dos movimentos de carácter nacionalista, como a guerra de
independência da Grécia. A revolução industrial, e todos os problemas que a
caracterizam, também influenciam esta época. O Romantismo utiliza as inovações
técnicas e torna-se uma verdadeira fuga ao real, como se pode ver nos
revivalismos, orientalismos e jardins à inglesa, um pouco por toda a Europa. Tal como o Neoclassicismo vira-se para o passado, mas agora
valorizando a Idade Média e os
estilos artísticos que a caracterizam, utilizando-os como reflexo dos
nacionalismos emergentes – Portugal elege o Neomanuelino estilo nacional. O desenvolvimento
da história como importante disciplina académica e a moda dos romances de cavalaria,
desenrolando-se numa Idade Média idílica, ajudam a popularizar os historicismos
medievais.
Gerações
O movimento romântico português durou quatro décadas e teve três períodos diferentes cada um com uma geração particular de autores.
Primeira geração: empenhada em implantar o Romantismo em Portugal, apresenta ainda influências neoclássicas e certa preocupação com questões históricas e políticas. Entre seus autores, destacam-se João de Almeida Garret e Alexandre Herculano - cujas produções tendem ao subjetivismo extremado, ao medievalismo, ao nacionalismo e à idealização da mulher.
Segunda geração: consolida o movimento romântico em Portugal. Caracteriza-se pelas ideias do "mal do século": negativismo, morbidez e sentimentalismo exagerado. O principal autor dessa tendência é o romancista Camilo Castelo Branco, autor de estilo passional e pitoresco.
Terceira geração: livre dos exageros ultra-românticos, apresenta espontaneidade lírica e musical. Sobressaem-se nesse período a poesia de João de Deus e a prosa de Júlio Dinis.
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