Eleny Bezerra[1]
Marconde Maia[2]
No
século XIX acontecia na Europa a Revolução Industrial e Francesa. As maquinas
passariam a substituir a mão de obra, a burguesia estava preste a ter um
colapso falêntico. A sociedade do engenho passaria a trabalhar nas cidades
grandes e assim garantir seus sustentos na época. As pessoas já não garantiam
manter-se da agricultura. Com a Revolução tudo mudaria simultaneamente e traria
uma perspectiva negativa para a mão de obra e acarretaria futuramente um
colapso chamado de “crise econômica”. Auguste Comte começa então a estudar os
comportamentos desses seres sociais, que mudara no decorrer do período
revolucionário, adotando sobre elas regras. Regras essas que Durkheim
desenvolve e assim dando inicio ao positivismo social, já que os primeiros
estudos de Comte era a sociedade e tinha como tema em sua obra “Física Social”.
A Revolução Industrial mudaria totalmente o setor econômico em toda a região
europeia dando origem ao positivismo econômico.
A
obra “O Alienista”, escrita por Machado de Assis , em 1882, possui treze
capítulos, satirizando o comportamento do homem, sua filosofia, mentalidades
diante da sociedade, através de uma personagem chamada D. Evarista, que reconhece
sua falência, fragilidade dentro de um asilo na cidade de Itaguaí, município do
Rio Janeiro. Os fatos ocorrentes na abra Machadiana se dá em volta de um lugar
chamado de “Casa Verde”, cujo abrigava os loucos do município. Machado escreve
sua obra na metade século XIX, período em que o Brasil vivia o teor do
positivismo. Os fundamentos e relações positivistas da obra machadiana com os
pensadores sociológicos que descrevem o comportamento do homem em seu meio
social serão discutidos neste trabalho. As relações sociais, o comportamento de
Bacamarte diante da sociedade, as revoltas da população itaguaiense contra a
“Casa Verde” e o fracasso do cientista que considerava todos os moradores como
“loucos” será fundamentada e desenvolvida neste texto, relacionado com os
pensamentos de Auguste Comte, Emily Durkheim. Karl Marx e Marx Weber.
No
primeiro capitulo da obra temos o Dr. Simão Bacamarte, medico vindo da Espanha
com 34 anos, casado com D. Evarista da Costa e Mascarenhas de 25 anos. Este que
constrói na pequena cidade um asilo para abrigar loucos que possivelmente existiria
em Itaguaí, o nome do abrigo se deu “Casa de Orates” e toda a população festeja
o grande feito pelo doutor. A Casa de Orates passou a ser chamada de Casa Verde,
devido uma alusão dada as janelas do asilo e principalmente pelo fato de no
município não havia cor verde. A cor retratada e dada o nome do asilo simboliza
o positivismo dentro da pequena cidade. O padrão da cor exposto à casa é vista
como um marco importante para retratar a forma positivista dotada de combinação
e organização da administração da casa para com a sociedade.
Em
Itaguaí a Casa de Orates tinha como objetivo buscar e resgatar as pessoas com
loucuras e dar esperanças a estas de um dia poder voltar à sociedade de forma
“normal”. A cor verde significa em sua totalidade esperança e é postadana casa
como um símbolo não por acaso, mas de que um dia pudesse repor ao meio social
aquelas pessoas que eram tratadas por Simão Bacamarte como loucas.
O
posicionamento de Bacamarte diante da sociedade em construir, na cidade de
Itaguaí a casa verde, relembra Auguste Comte, quando estudando o comportamento
do ser humano, após a revolução francesa, no século XIX, quando Comte analisa o
comportamento do individuo dentro do seu meio social, abalada com a crise
econômica vivida naquele período.
Enquanto
que o objeto de estudo de Comte na época era a sociedade e posto o nome de
“Física Social” para tentar explicar a relação do homem com o meio em que vive,
dando origem aos primeiros estudos da filosofia sociológica, posteriormente a
sociologia como ciência, Bacamarte estudava em Itaguaí, município do Rio de Janeiro,
o comportamento do homem voltada a loucura, cujo era o seu oprincipal objeto de
pesquisa. Bacamarte construíra em sua casa um laboratório para a execução dessas
pesquisas detectando que em Itaguaí havia seres loucos, propôs-se diante da
sociedade e da religião como é encontrada na obra machadiana, a construção da Casa
de Orates buscando resgatar esses loucos e pondo a esperanças de pôr-nos na
sociedade de forma “normal”.
Nota-se
que no segundo capitulo da obra “O ALIENISTA”, que a Casa Verde como ficou conhecida
a Casa de Orates pela sociedade local, devido a alusão a cor, que simboliza a
esperança é preenchida demasiadamente por loucos vindos de muitos lugares.
Encontravam-se no asilo, os loucos furiosos, os mansos, monomaníacos... seja de
todo o tipo de comportamento, formando uma micro sociedade dos loucos,
dificilmente de conter as diferenças e o relacionamento entre si.
Bacamarte
isonerado de seu cargo como administrante, tem a grande ideia de dividir essa
torrente de loucos em duas grandes classes sociais, os furiosos e os mansos,
após em subclasses, monomaníacos, delírios e adjacentes. Essas divisões de classes
sócias entre os loucos na Casa Verde feita pelo cientista, relaciona-se ao
pensamento de Karl Marx, que propõe dentro da sociedade na época um pensamento
revolucionário, em dividir a sociedade capitalista em classes sociais, ficando
os ricos conjecturando-se aos loucos furiosos que Bacamarte realiza dentro da
casa e aos pobres co-relacionadosaos loucos mansos da casa e demais subclasses
sociais, levando o individuo a tomar um novo pensamento de escolhas, dando
origem ao “LIBERALISMO”.
Decorrente
a obra machadiana, visto que o asilo dos loucos, ou a casa verde com o ficou
chamada tornaram-se pequenas para tantos, Bacamarte tem a ideia de ampliar o lugar,
uma vez que seus estudos eramvoltados à loucura, tornando extraordinário para o
Boticário que crítica a ideia como um “caso de matraca.” O pensamento do
cientista em ampliar a casa verde, é vista também por Emily Durkheim, que
desenvolve o pensamento sociológico de Comte para com a sociedade capitalista,
sistematizando em regras quando o individuo deveria seguir.
Durkheim
apresenta três fatores sociais, a coesão social, a existência sobre o individuo
e generalidade do individuo, voltada as regras sociais construída por Comte e
posteriormente desenvolvidas por ele.
No
quinto capitulo da obra ver-se o terror da sociedade ocasionado pela detenção
de Costa, cidadão de bem e mais estimado da cidade de Itaguaí. A população
revolta-se não contra a casa mais pelo desencadeamento de Bacamarte diante da
sociedade que passara a ser chamado como um tirano, ser opressor, cuja
população o queria distante daquela cidade.
Itaguaí
já não se tornara a mesma, os suspiros, os gritos, as manifestações ainda estariam
por vir diante de toda a desgraça, ocasionado pelo cientista dentro do meio
social.
A
revolta dos moradores de Itaguaí não era apenas um único gesto de arrogância,
ora o cientista, que agra é considerado como um tirano pela sociedade estudava
subitamente os comportamentos das pessoas “loucas” que estavam detidas na casa,
não conseguia ouvir os brados da população em demolir a Casa Verde. D. Evarista
sua esposa ouvira, porem, não ligava, a mesma experimentava o vestido de seda
que havia trago do Rio de Janeiro.
A
rebelião que começara na câmara por trinta pessoas contra as atitudes do
cientista, agora tomava força nas ruas da cidade, já não era mais trinta e sim
trezentos os rebelados. Vozes, manifestações, brados, entoavam cada vez mais
fortes na pequena cidade. Em 1992, no Brasil, as manifestações da população, que
ficou conhecida como “os caras pintadas” entoavam nas ruas das cidades do Rio
de Janeiro e São Paulo; com gritos fortes todos diziam “Fora Collor” que para
essas pessoas este era considerado como um hierárquico no poder.
Seria,
pois, o fim da Casa Verde e o começo de uma nova mudança para a população de
Itaguaí? No nono capitulo, é possível ver o clamor dos rebelados diante das
tropas itaguaiense, a população queria a libertação de seus entes queridos e da
cidade. Bacamarte já estava entregue aos reclames itaguaiense. Um cientista, um
dominante, um tirano, um alienista, preso por suas más condutas diante da
sociedade que se libertara naquele instante.
O
assombro toma toda Itaguaí quando se descobre que todos os “prisioneiros” da
Casa Verde seriam libertados, ninguém podia acreditar em tanta repugnância do
cientista em oficio mandado à câmara. Todos festejavam total liberdade da
cidade. Essa liberdade pode ser vista nos pensamentos de Marx Weber, que diz
que a sociedade tem o total poder de manifestar-se visando os direitos e
deveres que o individuo possui no meio social. Weber atribui dois aspectos
importantes na sociedade, a histórica – respeitando as particularidades do
individuo na sociedade em que vive, e a sociológica – influenciando os
interesses do individuo, respeitando suas razoes e emoções.
O
cientista é entregue aos clamores da população da cidade. Vendo que não lhe
restara mais nada, este se encontra em duas posições de toda a sua vida. A
primeira do gozo de ter curado os considerados loucos e outro ponto a amargura
do fracasso de seu pensamento cientifico derrotado pela sociedade em meias
manifestações. O trágico pensamento do cientista que tudo estaria acabado, a
ciência vencida o leva ao suicídio.
Toda
a cidade estava liberta de tanta malévola dotada por Bacamarte. Tudo volta em
sua ordem. O comportamento humano, as relações estavam como antes da chegada do
cientista na cidade. A obra machadiana “O ALIENISTA”, nos leva a refletir na
sociedade em que vivemos atualmente, visto que em 2013, uma manifestação
ocorrida em todo o Brasil e dado o nome de “O GIGANTE ACORDOU”, voltava-se
diante dos interesses da sociedade brasileira, visando melhorias nos
transportes, saúde, infraestrutura, educação e adjacentes. Os direitos da
sociedade eram entoados em manifestos, pedindo a contribuição do poder público
para buscar investir de forma significativa aos pedidos feitos pela população
sofrida e esquecida.
REFERÊNCIA
ASSIS, Machado de. Helena* O Alienista.1º ed. Rio de
Janeiro; Primor; 1882.
BARBOZA, Sergio de
Góes. Sociologia: serviço social.
São Paulo: Pearson Prentice, 2009.
CODÓ, Wanderley. O que é Alienação? 5° ed. Coleção:
primeiros passos. SP; brasileinse;1988.
COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da
sociedade. 2º Ed – São Paulo; Moderna, 1997.
MARTINS, Carlos
Benedito. O que é sociologia?5º ed.
São Paul
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